SEPULTURA, ARISE (1991)
Durante muitos anos eu fui metaleiro, de usar só roupa preta e ouvir bandas de guitarras velozes e vocais guturais. Tinha nove anos a primeira vez que ouvi Sepultura e, óbvio, não entendi nada. Mas me marcou de alguma forma muito forte. Anos mais tarde, voltei a escutar e nunca mais parei. Minha memória não registra banda brasileira que tenha sido tão inventiva e competente quanto o Sepultura em sua fase áurea (do Beneath The Remains (1989) ao Roots (1996)). Enfim, minha memória não registra banda brasileira que eu goste mais do que o ex-grupo dos irmãos Cavalera - já vi seis shows. Acho que o único grupo que chega remotamente perto do Sepultura são os Mutantes.
O Arise é meu disco de cabeceira deles, porque as faixas mostram a banda saindo da pura tosqueira adolescente e sabendo a direção que ia seguir nos discos seguintes: alguma batucada e menos desespero/velocidade no instrumental. Esse trabalho foi tipo a primeira experiência do que viria a ser o incrível Roots. Não bastasse, Megadeth, Slayer e Anthrax, a nata do trash metal, começaram a pagar pau pros mineiros a partir desse trabalho, que foi também um dos responsáveis pelo estouro da banda no cenário internacional - e por fazer veículos gringos de música prestarem atenção no metal brasileiro.
Arise é um disco fundamental na sonoridade e no que representou pra época: o começo da verdadeira internacionalização de grupos brasileiros de rock. Como eu disse, só chega perto de Mutantes. Pra bater cabelo com classe.
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Estilo: trash metal / speed metal
terça-feira, 29 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
SPARKLEHORSE, It's a Wonderful Life
SPARKLEHORSE, IT'S A WONDERFUL LIFE (2001)
Sei que meus textos são hiperbólicos (adoro) e superlativos (gosto mais ainda), mas, cá pra nós, não vou postar nenhum disco meia-boca, né? It´s a Wonderful Life é o terceiro álbum do Sparklehorse, que é basicamente o projeto de um só cara, o Mark Linkous. Esse trabalho ele fez depois de se recuperar de uma overdose absurda que sofreu num quarto de hotel - em parte refletida no disco anterior, Good Morning Spider (1999) -, daí a celebração à vida no título.
Se eu contar que Linkous grava sua música low-fi chic, fina mesmo, de forma analógica, na casa dele, com instrumentos antigos, já basta pra você querer ouvir. E se eu disser que PJ Harvey, Tom Waits e Nina Persson emprestam suas vozes incríveis para algumas faixas desse disco de tom surreal e delicado, bem, você sacou que é obrigatório. E as letras? Não dizem nada que tenha lógica aparente, são como relatos de sonho que só fazem sentido pra quem os sonhou - mas formam belas imagens pra gente viajar enquanto escuta.
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Estilo: noise pop / low-fi chic
Sei que meus textos são hiperbólicos (adoro) e superlativos (gosto mais ainda), mas, cá pra nós, não vou postar nenhum disco meia-boca, né? It´s a Wonderful Life é o terceiro álbum do Sparklehorse, que é basicamente o projeto de um só cara, o Mark Linkous. Esse trabalho ele fez depois de se recuperar de uma overdose absurda que sofreu num quarto de hotel - em parte refletida no disco anterior, Good Morning Spider (1999) -, daí a celebração à vida no título.
Se eu contar que Linkous grava sua música low-fi chic, fina mesmo, de forma analógica, na casa dele, com instrumentos antigos, já basta pra você querer ouvir. E se eu disser que PJ Harvey, Tom Waits e Nina Persson emprestam suas vozes incríveis para algumas faixas desse disco de tom surreal e delicado, bem, você sacou que é obrigatório. E as letras? Não dizem nada que tenha lógica aparente, são como relatos de sonho que só fazem sentido pra quem os sonhou - mas formam belas imagens pra gente viajar enquanto escuta.
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Estilo: noise pop / low-fi chic
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sparklehorse
sábado, 26 de abril de 2008
MARK LANEGAN, Bubblegum
MARK LANEGAN, BUBBLEGUM (2004)
Todo mundo aqui pegou a época do grunge, certo? Então vocês lembram daquelas bandas que não estavam nos holofotes da mídia, mas que deram origem ao movimento das camisas de flanela, como Tad, Mother Love Bone, Green River. O Screaming Trees é dessa leva, Mark Lanegan era vocal do grupo, e depois se jogou pra carreira solo, com discos recheados de melancolia, voz rouca, uísque e baforadas de cigarro. Bubblegum traz 15 canções peculiares, todas de espírito lo-fi chique, sabe como? O teclado da primeira faixa te joga direto para a incrível participação de PJ Harvey (“Hit The City”), quando Lanegan coloca sua rouquidão de pulmão esfumaçado a duelar com os dotes vocais desesperados da überdeusa. E “Driving Death Valley Blues” é pura influência stoner que Lanegan trouxe de seus bicos como convidado do Queens Of The Stone Age. Verso que resume o disco: I don’t wanna live this heaven so soon.
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Estilo: rock / whisky rock
Todo mundo aqui pegou a época do grunge, certo? Então vocês lembram daquelas bandas que não estavam nos holofotes da mídia, mas que deram origem ao movimento das camisas de flanela, como Tad, Mother Love Bone, Green River. O Screaming Trees é dessa leva, Mark Lanegan era vocal do grupo, e depois se jogou pra carreira solo, com discos recheados de melancolia, voz rouca, uísque e baforadas de cigarro. Bubblegum traz 15 canções peculiares, todas de espírito lo-fi chique, sabe como? O teclado da primeira faixa te joga direto para a incrível participação de PJ Harvey (“Hit The City”), quando Lanegan coloca sua rouquidão de pulmão esfumaçado a duelar com os dotes vocais desesperados da überdeusa. E “Driving Death Valley Blues” é pura influência stoner que Lanegan trouxe de seus bicos como convidado do Queens Of The Stone Age. Verso que resume o disco: I don’t wanna live this heaven so soon.
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Estilo: rock / whisky rock
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PJ HARVEY, Rid of Me
PJ HARVEY, RID OF ME (1993)
Nem vou falar nada desse disco, porque acredito que todo mundo que acessa o blog já tem o Rid of Me. Se por algum acaso do destino você não tem, se joga. Só toma cuidado pra não se machucar, porque cada faixa é um estilhaço.
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Estilo: rock / beastie rock
Nem vou falar nada desse disco, porque acredito que todo mundo que acessa o blog já tem o Rid of Me. Se por algum acaso do destino você não tem, se joga. Só toma cuidado pra não se machucar, porque cada faixa é um estilhaço.
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Estilo: rock / beastie rock
sexta-feira, 25 de abril de 2008
PJ HARVEY, Dry
PJ HARVEY, DRY (1992)
Nem vou falar nada desse disco, porque acredito que todo mundo que acessa o blog já tem o Dry. Se por algum acaso do destino você não tem, se joga. Só toma cuidado pra não se machucar, porque é um trabalho muito forte.
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Estilo: rock / indie rock
Nem vou falar nada desse disco, porque acredito que todo mundo que acessa o blog já tem o Dry. Se por algum acaso do destino você não tem, se joga. Só toma cuidado pra não se machucar, porque é um trabalho muito forte.
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Estilo: rock / indie rock
terça-feira, 22 de abril de 2008
ARAB STRAP, Philophobia
ARAB STRAP, "PHILOPHOBIA" (1998)
Há alguns meses me pergunto qual a melhor faixa que eu jamais ouvi. Adoro hipérboles, e pode parecer até meio bobo eleger uma música como a melhor da vida. Mas a resposta que me dou é, sem dúvida, "New Birds", quarta canção do segundo disco do Arab Strap. Já tentei eleger outras faixas, fingir que não é essa, porque o Arab Strap não entraria na minha lista de bandas memoráveis. Mas "New Birds" é, sim, a música que eu escolheria em detrimento de todas as outras, se eu tivesse que ouvi-la pro resto da minha vida e jamais tocar em qualquer outro disco.
Não faz sentido escutá-la sem acompanhar a letra. Boa viagem.
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Estilo: sadcore / slowcore
Há alguns meses me pergunto qual a melhor faixa que eu jamais ouvi. Adoro hipérboles, e pode parecer até meio bobo eleger uma música como a melhor da vida. Mas a resposta que me dou é, sem dúvida, "New Birds", quarta canção do segundo disco do Arab Strap. Já tentei eleger outras faixas, fingir que não é essa, porque o Arab Strap não entraria na minha lista de bandas memoráveis. Mas "New Birds" é, sim, a música que eu escolheria em detrimento de todas as outras, se eu tivesse que ouvi-la pro resto da minha vida e jamais tocar em qualquer outro disco.
Não faz sentido escutá-la sem acompanhar a letra. Boa viagem.
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Estilo: sadcore / slowcore
segunda-feira, 21 de abril de 2008
ARAB STRAP, The Red Thread
ARAB STRAP, THE RED THREAD (2001)
Arab Strap é emoção, sentimento travestido de música. Como pode esta dupla – Malcon Middleton e Aidan Moffat - inglesa fazer uma arte tão pungente?
The Red Thread, seu quarto trabalho de estúdio, é singelo e, sobretudo, triste, levemente poético até. Como se ouve na faixa de abertura, "Amor Veneris", onde um dedilhado de violão e um piano emolduram os versos You cried in the kitchen, we made up in the hall / I watched you get dressed, those boots make you too tall.
"Scenery" é programação eletrônica simples sob a voz de Moffat (Middleton toca guitarra), calma, por vezes rouca, que se torna sussurrante em "The Long Sea". O instrumental é pouco trabalhado, mas marcante, com momentos etéreos. A sétima punhalada no coração, "Love Detective", é um pequeno conto de amor traçando a curiosa relação de um casal. Ao invés de ser cantada, é falada, digo, sentida, como se um segredo fosse confessado ao ouvinte. E essa faixa também entrega os temas principais do disco: relacionamento, amor e sexo, sempre abordados de forma delicada.
Come here so I can help you tie your brand new tie / Brush your coat and remember, no-one laughs if you cry" são versos sutis de "The Devil-Tips" que comprovam o aviso presente na capa do cd: this is no record for the weak willed or the faint of heart.
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Estilo: sadcore / slowcore
Arab Strap é emoção, sentimento travestido de música. Como pode esta dupla – Malcon Middleton e Aidan Moffat - inglesa fazer uma arte tão pungente?
The Red Thread, seu quarto trabalho de estúdio, é singelo e, sobretudo, triste, levemente poético até. Como se ouve na faixa de abertura, "Amor Veneris", onde um dedilhado de violão e um piano emolduram os versos You cried in the kitchen, we made up in the hall / I watched you get dressed, those boots make you too tall.
"Scenery" é programação eletrônica simples sob a voz de Moffat (Middleton toca guitarra), calma, por vezes rouca, que se torna sussurrante em "The Long Sea". O instrumental é pouco trabalhado, mas marcante, com momentos etéreos. A sétima punhalada no coração, "Love Detective", é um pequeno conto de amor traçando a curiosa relação de um casal. Ao invés de ser cantada, é falada, digo, sentida, como se um segredo fosse confessado ao ouvinte. E essa faixa também entrega os temas principais do disco: relacionamento, amor e sexo, sempre abordados de forma delicada.
Come here so I can help you tie your brand new tie / Brush your coat and remember, no-one laughs if you cry" são versos sutis de "The Devil-Tips" que comprovam o aviso presente na capa do cd: this is no record for the weak willed or the faint of heart.
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Estilo: sadcore / slowcore
sábado, 19 de abril de 2008
VETIVER, To Find Me Gone
VETIVER, TO FIND ME GONE (2006)
Esse é o segundo e, até agora, mais recente disco do Vetiver. Aqui a persona trovadora do moço levanta do banquinho, larga o violão, bate as botas pra sacudir a poeira e pega o microfone pra cantar em pé. As primeiras cinco faixas são inacreditáveis, mas depois fica apenas mais do mesmo. Postei esse disco para vocês fazerem a comparação com o primeiro.
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Estilo: folk / new folk
Esse é o segundo e, até agora, mais recente disco do Vetiver. Aqui a persona trovadora do moço levanta do banquinho, larga o violão, bate as botas pra sacudir a poeira e pega o microfone pra cantar em pé. As primeiras cinco faixas são inacreditáveis, mas depois fica apenas mais do mesmo. Postei esse disco para vocês fazerem a comparação com o primeiro.
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Estilo: folk / new folk
quinta-feira, 17 de abril de 2008
WOLF EYES, Burned Mind
WOLF EYES, BURNED MIND (2004)
Anti-música. Ou se o inferno tem trilha sonora.
Nota: Esse foi o único disco que me fez passar mal fisicamente, até hoje.
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Estilo: experimental metal / hell music
Anti-música. Ou se o inferno tem trilha sonora.
Nota: Esse foi o único disco que me fez passar mal fisicamente, até hoje.
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Estilo: experimental metal / hell music
terça-feira, 15 de abril de 2008
GUITAR, Dealin with Signal and Noise
GUITAR, DEALIN WITH SIGNAL AND NOISE (2007)
Confesso que baixei este álbum atraído pela cover de “Just Like Honey”, do Jesus and Mary Chain. No fim, o que ouvi foi um trabalho que entrou, em poucos meses e incontáveis audições, pros meus top 10 discos de cabeceira. Dealin with Signal and Noise é, em uma palavra, vanguarda. Fala sério, vanguarda em 2008? É que as músicas reúnem com sabedoria os elementos preferidos da casa: guitarra, sintetizadores e algum experimentalismo, tudo misturado. O resultado algumas vezes é idm; em outras, rock.
As treze faixas do quinto disco do guitarrista alemão são muito diferentes entre si, mas têm uma seqüência lógica que só faz sentido se você ouvi-las todas. Dou uma estrelinha e um coraçãozinho para “Ballad of the Tremoloser”, 8 minutos dedicados ao “tremolo” (repetição rápida de uma nota ou uma alternância rápida entre duas ou mais notas musicais, efeito muito usado pelo My Bloody Valentine), que poderia tranqüilamente estar no filme Laranja Mecânica ou ser a trilha de uma longa viagem de metrô em uma cidade grande: hipnótica, ainda que repetitiva.
Poderia descrever longamente cada faixa de tanto que gosto desse disco, mas vou resumir: Dealin with Signal and Noise é uma longa e bem-escrita carta de amor à guitarra.
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Estilo: avant rock / avant-garde
Confesso que baixei este álbum atraído pela cover de “Just Like Honey”, do Jesus and Mary Chain. No fim, o que ouvi foi um trabalho que entrou, em poucos meses e incontáveis audições, pros meus top 10 discos de cabeceira. Dealin with Signal and Noise é, em uma palavra, vanguarda. Fala sério, vanguarda em 2008? É que as músicas reúnem com sabedoria os elementos preferidos da casa: guitarra, sintetizadores e algum experimentalismo, tudo misturado. O resultado algumas vezes é idm; em outras, rock.
As treze faixas do quinto disco do guitarrista alemão são muito diferentes entre si, mas têm uma seqüência lógica que só faz sentido se você ouvi-las todas. Dou uma estrelinha e um coraçãozinho para “Ballad of the Tremoloser”, 8 minutos dedicados ao “tremolo” (repetição rápida de uma nota ou uma alternância rápida entre duas ou mais notas musicais, efeito muito usado pelo My Bloody Valentine), que poderia tranqüilamente estar no filme Laranja Mecânica ou ser a trilha de uma longa viagem de metrô em uma cidade grande: hipnótica, ainda que repetitiva.
Poderia descrever longamente cada faixa de tanto que gosto desse disco, mas vou resumir: Dealin with Signal and Noise é uma longa e bem-escrita carta de amor à guitarra.
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Estilo: avant rock / avant-garde
domingo, 13 de abril de 2008
LIGHTNING BOLT, Wonderful Rainbow
LIGHTNING BOLT, WONDERFUL RAINBOW (2003)
Disco para advanced users. Duo de bateria e baixo tocados no volume mais alto possível, na velocidade mais rápida possível, com vocais gritados e desesperados. Para "cantar", o baterista-cantor colocou o microfone dentro de uma meia, presa à uma máscara em seu rosto. A banda costuma fazer shows no meio da platéia, não em palcos. Niilismo em forma de música.
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Estilo: noise rock / noise
Disco para advanced users. Duo de bateria e baixo tocados no volume mais alto possível, na velocidade mais rápida possível, com vocais gritados e desesperados. Para "cantar", o baterista-cantor colocou o microfone dentro de uma meia, presa à uma máscara em seu rosto. A banda costuma fazer shows no meio da platéia, não em palcos. Niilismo em forma de música.
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Estilo: noise rock / noise
sábado, 12 de abril de 2008
FEEDBACK TO THE FUTURE, "a compilation of..."
FEEDBACK TO THE FUTURE, "A COMPILATION OF ELEVEN SHOEGAZING SONGS FROM 1990 - 1992"
A história é conhecida. No final dos anos 80 e início dos 90, enquanto o acid house invadia a mídia e muitos clubes da Inglaterra, um grupo de bandas também inglesas começou a produzir música com basicamente três elementos: paredes de guitarras distorcidas, vocais etéreos (muitas vezes femininos) e clima viajandão. Reza a lenda que alguns desses grupos se apresentavam olhando para o chão, porque eram tantos pedais com efeitos de guitarras que os guitarristas deveriam se coordenar para apertar cada um no momento certo da canção - daí o nome que definiu o estilo, shoegaze.
Feedback to the Future saiu em 2004 e reúne alguns hits absolutos, como "Rave Down", do Swervedriver, e "Deluxe", do Lush, com faixas menos tocadas de bandas igualmente importantes pra cena, tipo Pale Saints, Adorable e Blind Mr. Jones. Destaque para a arte da caixinha do cd, toda em rosa e branco, ilustrada com imagens abstratas. Ah!, a caixinha é em formato de livro, e as páginas contém um longo texto sobre as origens, as bandas e os desdobramentos do shoegaze, ilustrado por fotos. Obrigatório.
PS: a coletânea é corajosa e nada óbvia ao não colocar os maiores nomes do shoegaze de todos os tempos, My Bloody Valentine e Jesus and Mary Chain. Porque, vamos convir, isso todo mundo já tem. :)
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Estilo: shoegaze / dream pop
A história é conhecida. No final dos anos 80 e início dos 90, enquanto o acid house invadia a mídia e muitos clubes da Inglaterra, um grupo de bandas também inglesas começou a produzir música com basicamente três elementos: paredes de guitarras distorcidas, vocais etéreos (muitas vezes femininos) e clima viajandão. Reza a lenda que alguns desses grupos se apresentavam olhando para o chão, porque eram tantos pedais com efeitos de guitarras que os guitarristas deveriam se coordenar para apertar cada um no momento certo da canção - daí o nome que definiu o estilo, shoegaze.
Feedback to the Future saiu em 2004 e reúne alguns hits absolutos, como "Rave Down", do Swervedriver, e "Deluxe", do Lush, com faixas menos tocadas de bandas igualmente importantes pra cena, tipo Pale Saints, Adorable e Blind Mr. Jones. Destaque para a arte da caixinha do cd, toda em rosa e branco, ilustrada com imagens abstratas. Ah!, a caixinha é em formato de livro, e as páginas contém um longo texto sobre as origens, as bandas e os desdobramentos do shoegaze, ilustrado por fotos. Obrigatório.
PS: a coletânea é corajosa e nada óbvia ao não colocar os maiores nomes do shoegaze de todos os tempos, My Bloody Valentine e Jesus and Mary Chain. Porque, vamos convir, isso todo mundo já tem. :)
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Estilo: shoegaze / dream pop
quarta-feira, 9 de abril de 2008
VETIVER, Vetiver
VETIVER, VETIVER (2004)
O Vetiver me fez gostar de folk. E o que ele fez? Folk. Só isso. Descoberto pelo Devendra Banhart, foi o moço mais discreto da turma freak folk ou new folk que surgiu de 2001 pra cá. Ele deixa de lado as viajações do Devendra e os barulhinhos das Coco Rosie (que eu adoro) e faz apenas folk: voz, violão e letras simples. Oh papa, don't be so mad / I'm taking the car for so very fast / You won't mind it missing at all / Oh papa. Sempre me arrepio quando ouço essa faixa ("Oh Papa"), que abre o disco, o primeiro da carreira dele.
Claro que o Devendra participa no álbum, em "Amor Fou", cantada em inglês com trechos em francês. O mais bacana é que as letras todas são curtas e diretas. O Vetiver está mais pra singeleza de uma Vashti Bunyan do que pra verborragia do Bob Dylan, embora preste tributo a ambos. Boa fossa.
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Estilo: folk / new folk
O Vetiver me fez gostar de folk. E o que ele fez? Folk. Só isso. Descoberto pelo Devendra Banhart, foi o moço mais discreto da turma freak folk ou new folk que surgiu de 2001 pra cá. Ele deixa de lado as viajações do Devendra e os barulhinhos das Coco Rosie (que eu adoro) e faz apenas folk: voz, violão e letras simples. Oh papa, don't be so mad / I'm taking the car for so very fast / You won't mind it missing at all / Oh papa. Sempre me arrepio quando ouço essa faixa ("Oh Papa"), que abre o disco, o primeiro da carreira dele.
Claro que o Devendra participa no álbum, em "Amor Fou", cantada em inglês com trechos em francês. O mais bacana é que as letras todas são curtas e diretas. O Vetiver está mais pra singeleza de uma Vashti Bunyan do que pra verborragia do Bob Dylan, embora preste tributo a ambos. Boa fossa.
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Estilo: folk / new folk
sábado, 5 de abril de 2008
MICKEY 3D, Matador
MICKEY 3D, MATADOR
O Mickey 3D coloca mais pessoas em um estádio na França do que os Stooges. Eles são um fenômeno absoluto do pop rock francês, a um só tempo populares e de altíssima qualidade musical. Vi um show do grupo em Paris, maio de 2006, e a platéia de seis mil pessoas dançava e cantava todas as músicas. É impossível resistir ao espírito pop desse disco, de melodias redondas e assobiáveis ("Réveille-Toi") e alguns rocks ("Matador", "Compte Pas Sur Moi") daqueles que você quer dançar abraçado com os amigos, sabe? Tão bom que tem até uma canção de protesto em espírito meio rap, "Il Faut Toujours Viser La Tête". Matador agrada público e crítica, faz pular e chorar em 14 faixas; atira pra vários lados e sempre acerta o alvo. Clássico pessoal absoluto - meu e de mais milhões de franceses.
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Estilo: french rock / pop rock
O Mickey 3D coloca mais pessoas em um estádio na França do que os Stooges. Eles são um fenômeno absoluto do pop rock francês, a um só tempo populares e de altíssima qualidade musical. Vi um show do grupo em Paris, maio de 2006, e a platéia de seis mil pessoas dançava e cantava todas as músicas. É impossível resistir ao espírito pop desse disco, de melodias redondas e assobiáveis ("Réveille-Toi") e alguns rocks ("Matador", "Compte Pas Sur Moi") daqueles que você quer dançar abraçado com os amigos, sabe? Tão bom que tem até uma canção de protesto em espírito meio rap, "Il Faut Toujours Viser La Tête". Matador agrada público e crítica, faz pular e chorar em 14 faixas; atira pra vários lados e sempre acerta o alvo. Clássico pessoal absoluto - meu e de mais milhões de franceses.
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Estilo: french rock / pop rock
quinta-feira, 3 de abril de 2008
JOHN FRUSCIANTE, To Record Only Water For Ten Days
JOHN FRUSCIANTE, TO RECORD ONLY WATER FOR TEN DAYS (2001)
To Record Only Water for Ten Days marca a recuperação de John Frusciante das drogas, com um título que remete à pureza: registrar apenas água por dez dias. E o disco é todo nesse espírito simples, gravado em casa, sabe?, com apenas guitarra, voz e baterias eletrônicas primárias, no melhor estilo low-fi. Por isso é tão cativante, como se Frusciante te estendesse um cobertor em um dia frio. Prestem atenção na primeira música, "Going Inside", que ganhou um vídeo maravilhoso dirigido pelo Vincent Gallo. Disco de cabeceira fácil.
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Estilo: lo-fi / indietronica
To Record Only Water for Ten Days marca a recuperação de John Frusciante das drogas, com um título que remete à pureza: registrar apenas água por dez dias. E o disco é todo nesse espírito simples, gravado em casa, sabe?, com apenas guitarra, voz e baterias eletrônicas primárias, no melhor estilo low-fi. Por isso é tão cativante, como se Frusciante te estendesse um cobertor em um dia frio. Prestem atenção na primeira música, "Going Inside", que ganhou um vídeo maravilhoso dirigido pelo Vincent Gallo. Disco de cabeceira fácil.
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Estilo: lo-fi / indietronica
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