sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

SYD MATTERS, La Question Humaine

SYD MATTERS, LA QUESTION HUMAINE (2008)



O melhor filme que esteve em cartaz em 2008
não poderia ter uma trilha menos do que espetacular, composta pelo músico francês Syd Matters. São 12 faixas introspectivas, intercaladas por diálogos do filme. Se vocês viram, sabem que a melodia e o canto são os elementos humanos no meio dos tons frios de A Questão Humana. É o que tira o personagem principal, um psicólogo contratado para extrair a máxima produtividade de empregados de grandes empresas, do seu estado de torpor - tanto que o título inglês da película é Heartbeat Detector.

Os violões de "Like Horses" já abrem o disco arrepiando, impossível não se apaixonar. Em seguida vêm flautas e um experimentalismo bem de leve, às vezes dissonante, esperançoso em algumas faixas, melancólico em outras. Talvez a trilha não seja tudo isso, mas eu gostei tanto do filme (e também tive a oportuindade de entrevistar o diretor e a roteirista) que ouvi-la me deixa bem.

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Estilo: experimental folk / songwriter

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

GROUPER, Dragging A Dead Deer Up A Hill

GROUPER, DRAGGING A DEAD DEER UP A HILL (2008)



"Dark ambient” foi o melhor rótulo que li nas descrições por aí do Grouper, projeto de uma mulher só, Elizabeth Harris. Imagine um som escuro, sombrio, com dedilhados de violão abafando o vocal redentor da moça . Parece que o disco foi gravado dentro de um poço de água fundo, muito fundo: aumente bem o volume dos fones, caso contrário você não vai conseguir distinguir os intrumentos. Eu adoro sons abafados porque eles são misteriosos, desafiam o ouvinte a encontrar mais e mais elementos, nunca se entregam. Sem querer forçar a barra, porque o disco não é exatamente shoegaze, mas Dragging A Dead Deer Up A Hil é, sim, o melhor disco de espírito shoegaze do ano.

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Estilo: dark ambient / drone

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ELLEN ALLIEN, Thrills

ELLEN ALLIEN, THRILLS (2005)



Esse foi o disco que me fez prestar mais atenção em música eletrônica pura, sem misturas. Thrills não é um ótimo álbum, mas é um bom disco de techno, que carrega pra mim o valor de aula de iniciação: são dez faixas conceituais, para o cérebro mais do que para os quadris, que dialogam com a escola alemã de techno, o minimal, ou minimal techno (os famosos barulhinhos repetitivos). Ao mesmo tempo, Thrills tem vocais e alguma melodia, elementos que, à época, eram muito atrativos para meu começo na música sintética.

Depois vim a descobrir que a dona selo BPitch Control, Ellen Allien tem um álbum beeeeem mais assimilável, Orchestra of Bubbles (2006), que ela fez com o Apparat. Só que daí não tem graça, né? O legal da escola alemã de eletrônica é que eles fazem música repetitiva, austera e sofisticadíssima, ao mesmo tempo. Vamos começar por esse disco. Se você não gostar, pare por aqui. Se gostar, já, já posto mais.

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Estilo: techno / IDM